quinta-feira, 26 de maio de 2011

História sem Fim

Dando continuidade a atividade História sem Fim, chegou a nossa vez de analisar documentos e propor uma continuação para a história. O grupo “Arquivo em Forma” propôs para nós analisarmos a nova nota de 50 reais em relação a sua autenticidade e veracidade. Para conferir a história deles acesse: http://arquivoemforma.blogspot.com/2011/05/historia-sem-fim.html . Vamos então a nossa resposta:



Primeira parte: analise diplomática e tipológica da nova nota de 50 reais

Denominação do documento: Cédula de R$ 50,00.
Definição: Nova cédula de R$ 50,00 emitida pelo Banco Central do Brasil, lançada no dia 13 de dezembro de 2010.
Gênero: textual e imagético. 
Suporte: Papel fiduciário (mesmo papel das notas da 1ª família do Real)
Formato: cédula retangular nas dimensões 14,9cm x 7,0cm.
Forma: original múltipla.
Produtor: é a Casa da Moeda, vinculada ao Ministério da Fazenda, quem produz todas as cédulas de Real que circulam, porém quem desenvolveu o projeto da nova cédula foi o Banco Central do Brasil em parceria com a Casa da Moeda.
Destinatário: acreditamos que seriam todas as pessoas, físicas e jurídicas, que utilizam o Real como moeda de troca em transações comerciais, econômicas, financeira, etc.
Legislação aplicável: encontramos a Carta-Circular nº 3.480, de 12 de janeiro de 2011 que divulga as novas características das cédulas da 2ª família do Real. Disponível em : http://www.tributosdodf.com.br/index.php/content/view/16524.html . Existe também a chamada Lei do Real (Lei 9.069, de 29/06/1995).
Tramite: as cédulas são produzidas na Casa da Moeda e entram em circulação através dos bancos comerciais, dos caixas automáticos e da rede de comércio.
Vigência administrativa: de acordo com o Banco Central as novas cédulas de R$ 50,00 são produzidas para durar em média 3 anos e 8 meses.
Destinação final: no caso das cédulas que circulam pelo comércio, pelos bancos, etc. quando estão muito desgastadas são recolhidas ao Banco Central. Não encontramos o que é feito com estas cédulas “velhas”. Mas no caso do Arquivo do Banco Central acreditamos que eles deveriam guardar permanentemente pelo menos um exemplar de cada cédula que já circulou no país como moeda nacional, para fins históricos e de prova. Não sabemos se isso efetivamente ocorre no Arquivo do Bacen, mas eles possuem o Museu de Valores onde estão expostas as cédulas.
Conteúdo: a nova cédula traz em uma das faces o nome da República Federativa do Brasil, o ano e o número correspondente ao valor da cédula. Na outra face o nome do Banco Central do Brasil, novamente o número correspondente ao valor da cédula, as assinaturas do Ministro da Fazenda e do Presidente do Banco Central do Brasil e o valor da cédula escrito por extenso.
Data tópica: não possui
Data cronológica: possui apenas o ano
Função: a função administrativa das notas é servir como moeda de troca nas transações comerciais, econômicas e financeiras do Brasil entre pessoas físicas e jurídicas. Já a função arquivística vai depender do acervo em que a nota está inserida. Por exemplo, no Arquivo do Banco Central ela serve como ferramenta de pesquisa histórica e como prova de que aquela cédula existiu e como eram suas características. Mas em um Arquivo Pessoal ela pode simbolizar uma recordação, como a primeira nota que alguém recebeu na vida.
Sinais de validação: Optamos por não identificar os sinais de validação aqui e no tópico “conteúdo” pois vamos falar mais sobre eles abaixo.

Segunda parte: discutir sobre os elementos de autenticidade e veracidade da nova cédula de 50 reais. Então vamos lá:

A 2ª família de cédulas do Real é formada pelas cédulas nos valores de 2, 5, 10, 20, 50 e 100 reais. Sendo que até o dia de hoje estão em vigor apenas as novas cédulas de 50 e 100 reais. As cédulas de 10 e 20 reais entrarão em vigor em 2011 e as cédulas de 2 e 5 reais em 2012, mas o Bacen ainda não divulgou as datas específicas.
 As novas cédulas foram desenvolvidas para dotar o Real de novos elementos anti-falsificação mais modernos e que garantam a segurança do dinheiro brasileiro em vista da sua consolidação como moeda forte. A nova cédula ganhou elementos que garantem a sua veracidade e também manteve elementos que já existiam na antiga cédula de 50 reais. Alguns dos elementos mantidos foram a marca d’água e o número escondido. Porém a nova marca d’água mostra o valor da cédula e o animal (onça pintada no caso da nota de 50 reais), ao contrário da antiga que mostrava o símbolo da República.  O número escondido é aquele que aparece quando se coloca a nota na posição horizontal na altura dos olhos, e este elemento também foi redesenhado.
Segundo o Bacen o novo elemento anti-falsificação mais relevante é a faixa holográfica. Quando a nota é movimentada esta faixa apresenta alternância de formas e cores. A nova nota, devido à nova tecnologia de impressão, também possui desenhos mais complexos e precisos. E outra nova característica muito importante das novas cédulas é o tamanho diferenciado de cada uma, que auxilia os deficientes visuais na identificação do valor da cédula e inibe a falsificação por lavagem química. Outro elemento de segurança que também auxilia os deficientes visuais e que foi mantido nas novas cédulas é a marca tátil.
Os outros elementos de segurança da nova cédula de 50 reais são: o fio de segurança que permite a leitura em equipamento de contagem de dinheiro; o quebra-cabeça que é um número 50 dividido nas duas faces da nota que pode ser visto por completo quando a nota é segurada conta a luz; as microimpressões do número 50 e dos dizeres “50 reais”; e os elementos fluorescentes, imagens e fibras que só podem ser visto quando a nota é exposta à luz ultravioleta; as assinatura do Ministro da Fazenda e do Presidente do Banco Central do Brasil; e a numeração que identifica  a série, a ordem e a estampa da cédula.

Terceira parte: comparação da nova nota de 50 reais com a nota de 50 cruzeiros 



Optamos por fazer uma comparação dos elementos de segurança e algumas características internas das cédulas.
50 cruzeiros
50 reais (2ª família do Real)
Marca d’água sobre fundo branco
Marca d’água com valor da cédula e do animal
Não possui o número escondido
Possui o número escondido
Não possui marca tátil
Possui marca tátil para identificação por deficientes visuais
Não possui fio de segurança
Possui fio de segurança
Elemento fluorescente
Possui os elementos fluorescentes
Possui uma assinatura que não conseguimos identificar devido à qualidade da imagem
Possui assinaturas do Ministro da Fazenda e do Presidente do Banco Central
Possui a identificação do valor da cédula
Possui a identificação do valor da cédula
Possui numeração de identificação
Possui numeração de identificação
Imagem de Teodoro da Fonseca
Imagem representativa da República e da onça pintada

Continuação da História sem Fim...

Nossos colegas do blog “Arquivo em Forma” exaltaram a característica do Setor Noroeste em ser um bairro ecológico e comprometido com o meio ambiente. Mas aí é que vem a questão: será mesmo que esse Setor é ecológico e sustentável? Vocês já pararam pra pensar na enorme área de Cerrado que foi desmatada para a construção de mais prédios de luxo em Brasília? Para onde foram os animais que ali habitavam? Da onde virá a água que vai abastecer a população que vai morar no local? Para onde irá o lixo e o esgoto produzido por essa população? Sabemos que o lixão da Estrutural já está sobrecarregado. Como ficará o trânsito nas áreas próximas? E a poluição sonora e do ar? Com o aumento dos carros aumenta o risco de atropelamento de fauna silvestre, já que o Setor está sendo construído vizinho ao Parque Nacional de Brasília (popularmente conhecido como Água Mineral). Será que esse rótulo de “bairro ecológico e sustentável” não é apenas uma máscara para a especulação imobiliária no Distrito Federal? Precisamos ter cuidado!

Os prejuízos causados pela chuva na UnB que destruíram grande parte do Centro de Documentação de Geografia Milton Santos e a mobilização dos alunos de Arquivologia em fazer uma manifestação pró-arquivo através da ajuda na limpeza das áreas afetadas foi acompanhada de perto pelos estudantes do curso de Geografia. Motivados pela sua preocupação com aconstrução do Setor Noroeste, a aprovação na Câmara do novo  Código Florestal e a destruição de vários documentos de pesquisa da Geografia estes estudantes resolveram recrutar alunos de outros cursos como Engenharia Civil, Engenharia Florestal e Biologia para juntos realizarem uma pesquisa de opinião sobre a construção do Setor Noroeste, contribuindo para a renovação do acervo do Centro de Documentação de Geografia Milton Santos e posteriormente com uma manifestação pacífica para alertar as pessoas sobre a destruição do Cerrado.

O movimento acabou ganhando apoio de alguns professores da UnB e de alunos de outros cursos bem como de alguns Centros Acadêmicos da universidade. A pesquisa consistiu na coleta de informações através de entrevistas nas diversas Universidades do Distrito Federal. Os dados coletados foram analisados e as conclusões transformaram-se em frases para ilustrar os cartazes na manifestação que aconteceu.

Desafio: O que propomos para o blog Cerveja Diplomática é analisar diplomática e tipologicamente o formulário utilizado para colher os dados da pesquisa. Discutir se caberia ao CDOC da UnB guardar um exemplar deste formulário, bem como os resultados da pesquisa e outros documentos relacionados, uma vez que se trata de atividade desenvolvida por alunos e professores da UnB. E também discutir sobre a questão do uso das informações em pesquisas como a apresentada na história, como por exemplo a legislação a respeito, se já houveram casos em que informações foram usadas de uma maneira diferente da explicitada na pesquisa, que tipo de informações são sigilosas e não podem ser divulgadas, etc.
  
OBS: todos sabem que esta história é fictícia e achamos melhor esclarecer que este formulário também é. Nós o desenvolvemos com base em outros formulários de pesquisa que encontramos na internet, uma vez que não achamos nada relacionado a pesquisas sobre o Setor Noroeste.

Fontes: 



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